por Vera Gasparetto
Para o coordenador-geral da Diretoria de Estudos e Política Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, Miguel Matteo, o estudo mostra a necessidade do debate que precisa ser feito nas nove tradicionais e principais regiões metropolitanas do País (Belém, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre), onde as questões de mobilidade são cada vez mais graves e o transporte coletivo muito complicado.
Um dos fatores, aponta Matteo, é que as periferias metropolitanas têm taxas de crescimento populacional maior que os núcleos. “Isso gera um aumento da pendularidade, do deslocamento da periferia para o centro das regiões metropolitanas, que aumenta também entre os próprios municípios sem um transporte eficiente, em alguns lugares inexiste o transporte transversal”.
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea e um dos autores do estudo, Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, salientou que “o sistema intermunicipal basicamente atende moradores da periferia e tem um caráter social muito grande, por atender população de baixa renda que depende maciçamente do transporte coletivo”.
O grande problema é a localização de empregos, concentrados na parte central, que complica a situação do transporte, pois a periferia é considerada “dormitório”. O número de pessoas que se deslocam entre as regiões metropolitanas aumentou em média 55%, assim como cresce o deslocamento intra-municipal (dentro do município) o que exige o crescimento do serviço de transporte.
O estudo recomenda que a União invista nos sistemas de mobilidade metropolitano brasileiro em infraestrutura, gestão profissional e eficiente para resolver um pouco a situação caótica e atender a população mais pobre. Outra sugestão é uma política de deslocar empregos para as periferias, pois irá gerar um equilíbrio entre os modos de transporte e os fluxos nos dois sentidos, aumentando a capacidade do sistema metropolitano.
Fonte: Tarifa Zero
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