segunda-feira, 8 de agosto de 2011

30 MILHÕES DE REAIS PARA ASFALTAR QUAIS VIAS?

No dia 15 de junho de 2011 foi publicado no Diário Oficial da União a decisão do governo federal que libera empréstimo de R$ 30 milhões para o município de Passo Fundo investir em asfalto nas vias urbanas pelos locais onde passa o transporte de passageiros.

A prefeitura entrará com uma contrapartida de R$ 1 milhão e a expectativa do prefeito é que o contrato seja assinado no segundo semestre deste ano, para que as obras iniciem ainda em 2011. Vão ter o asfalto melhorado as ruas por onde passam os ônibus da cidade. Serão asfaltadas as nas vias onde não existe asfalto e passam ônibus. As obras serão financiadas pela Caixa Econômica Federal. 

Quando da assinatura do contrato serão detalhadas as vias que vão receber essas ações, destacou Dipp, observando que “isso será fundamental para a melhoria da qualidade de vida da nossa população, junto com outros recursos que estão chegando do PAC 2 do BID.” A verba faz parte do programa Pró-Transporte, Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana, do governo federal.




O projeto PASSOTRANS do arquiteto Daniel Bastos Bueno demonstra que a maioria das linhas do transporte coletivo na cidade não deve ter sido planejada adequadamente. O fato de que inúmeras linhas utilizem as mesmas ruas no seu trajeto prejudica o trânsito, principalmente, no Centro de Passo Fundo. Aliado ao trânsito dos demais veículos, a deterioração da pavimentação é acelerada e a manutenção demorada. Por isso, a questão colocada é se a Prefeitura considera a possibilidade de reorganizar o trânsito incluindo o transporte coletivo ou apenas restringir-se a ações isoladas antes desse asfaltamento.

Rotas do transporte coletivo em Passo Fundo

COLEURB TAMBÉM FOI BENEFICIADA
 
Mesmo sendo questionada judicialmente pelo Ministério Público, a empresa Coleurb, no mesmo programa Pró-Transporte, foi beneficiada com financiamento de R$ 5 milhões para a aquisição de 20 chassi e 20 carrocerias de ônibus.

Fonte: Diário da Manhã e Comissão de Divulgação.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

IPEA COBRA INVESTIMENTO FEDERAL EM MOBILIDADE URBANA

Falta de uma boa infraestrutura de transportes afeta todas as regiões metropolitanas do país.

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) lançou na tarde desta quinta-feira (28) um novo estudo, relacionando o crescimento populacional nas regiões metropolitanas brasileiras à necessidade de expansão dos sistemas de transporte em massa.

A apresentação, feita via internet da sede do instituto em Brasília pelos técnicos Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho e Miguel Matteo, chamou a atenção para os desafios de mobilidade nos grandes aglomerados urbanos, concluindo que, independentemente das tecnologias disponíveis, os problemas de mobilidade hoje demandam soluções consistentes e mais investimentos em infraestrutura.

Baseado em dados como o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a pesquisa origem/destino do Metrô, entre outros, o estudo do Ipea analisa alguns complicadores da mobilidade, como a questão do emprego. E aponta saídas, ao afirmar que "tão importante quanto fortalecer os sistemas de transporte e as ligações metropolitanas é a adoção de políticas de aumento de empregos nas cidades do colar metropolitano, tornando o sistema de transporte como um todo mais equilibrado".

O estudo revela que a oferta de empregos em municípios do entorno das metrópoles aumentou, o que criou também uma demanda por transporte nas ligações entre essas cidades. Este fato, que é recente, leva a concluir que os sistemas metropolitanos precisam aumentar sua oferta não somente no sentido tradicional periferia-centro (radial), mas também criar ligações entre as cidades da região metropolitana (sentido transversal), sem passar pelo núcleo metropolitano.

Outro problema levantado é o aumento no tempo dos deslocamentos por transporte coletivo. Para tanto, a solução é o investimento maciço em infraestrutura, principalmente nos corredores de ônibus, que permitem agilidade no transporte por utilizarem vias exclusivas, segregadas, de tráfego dos veículos.
Por fim, a própria criação das "regiões metropolitanas" pela Constituição de 1988 é apontada como estando na origem do afastamento (ou descompromisso) do governo federal dos investimentos e planejamento de sistemas de mobilidade metropolitanos, restando à União se responsabilizar apenas pela tarefa de viabilizar linhas de financiamento através do BNDES.

"O governo federal, que nas décadas anteriores investiu muito nos sistemas metropolitanos através dos planos nacionais de desenvolvimento urbano, com fundos específicos para esse fim, por sua vez, passou a realizar investimentos exclusivamente nos sistemas metroviários metropolitanos sob sua responsabilidade (CBTU), sem se preocupar com as questões da integração entre os sistemas metropolitanos." Após esse período, destaca ainda o texto, a tendência foi os municípios assumirem a gestão do transporte e do trânsito local, gerando esvaziamento do planejamento metropolitano nessa área.

Acesse o estudo na íntegra aqui.
Fonte: Copa 2014

EM MÉDIA, 40 MINUTOS DENTRO DO TRANSPORTE COLETIVO

por Vera Gasparetto 

Para o coordenador-geral da Diretoria de Estudos e Política Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, Miguel Matteo, o estudo mostra a necessidade do debate que precisa ser feito nas nove tradicionais e principais regiões metropolitanas do País (Belém, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre), onde as questões de mobilidade são cada vez mais graves e o transporte coletivo muito complicado.

Um dos fatores, aponta Matteo, é que as periferias metropolitanas têm taxas de crescimento populacional maior que os núcleos. “Isso gera um aumento da pendularidade, do deslocamento da periferia para o centro das regiões metropolitanas, que aumenta também entre os próprios municípios sem um transporte eficiente, em alguns lugares inexiste o transporte transversal”.

O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea e um dos autores do estudo,  Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, salientou que “o sistema intermunicipal basicamente atende moradores da periferia e tem um caráter social muito grande, por atender população de baixa renda que depende maciçamente do transporte coletivo”.

O grande problema é a localização de empregos, concentrados na parte central, que complica a situação do transporte, pois a periferia é considerada “dormitório”. O número de pessoas que se deslocam entre as regiões metropolitanas aumentou em média 55%, assim como cresce o deslocamento intra-municipal (dentro do município) o que exige o crescimento do serviço de transporte.

O estudo recomenda que a União invista nos sistemas de mobilidade metropolitano brasileiro em infraestrutura, gestão profissional e eficiente para resolver um pouco a situação caótica e atender a população mais pobre. Outra sugestão é uma política de deslocar empregos para as periferias, pois irá gerar um equilíbrio entre os modos de transporte e os fluxos nos dois sentidos, aumentando a capacidade do sistema metropolitano.

Fonte: Tarifa Zero