sexta-feira, 29 de abril de 2011

QUANTO AS EMPRESAS LUCRAM?

A tarifa de transporte coletivo foi reajustada nesta quarta-feira, 27, por decreto assinado pelo prefeito Airton Dipp. A passagem passou de R$ 2,20, para R$ 2,30, a partir do dia 2 de maio. Muitas entidades da sociedade passo-fundense, incluindo grande parte do Poder Legislativo, se mostraram contrárias ao aumento, questionando o lucro que as empresas obtém na prestação do seu serviço.


Em contato com a engenheira Gislaine Mello Alves, da STSG (Secretaria de Transportes e Serviços Gerais), ela afirmou que não há como saber quanto é o lucro das empresas. "Isso vai da administração da empresa. Depende do gerenciamento para obter mais ou menos lucro."
Para entender o problema do cálculo dos lucros é necessário entender o cálculo do valor do reajuste, que foi obtido pela equipe da STSG, e apresentado pela engenheira Gislaine à comunidade em audiência pública no dia 14 de abril.


A engenheira explicou que tudo é feito através de uma planilha conhecida por GEIPOT. O professor João Cucci Neto do Departamento de Engenharia Civil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, explica que "desde 1982, a gestão sobre as tarifas passou para os municípios. Para auxiliá-los, os extintos EBTU (Empresa Brasileira dos Transportes Urbanos) e GEIPOT (Grupo de Estudos para Integração da Política de Transportes) criaram um método que ficou conhecido como `planilha do GEIPOT` e sofreu algumas modificações ao longo dos anos.”

Gislaine afirma que o método, considerado defasado por alguns, é aplicado em larga escala: "A planilha que Passo Fundo segue é a utilizada por Porto Alegre, com algumas alterações, como definições de coeficientes através de decreto de lei. Caxias do Sul também utiliza o mesmo sistema."
Como funciona a planilha

Pela planilha, o custo total do serviço corresponde ao custo quilométrico acrescido dos tributos, dividido pela quantidade de passageiros por quilômetro. Segundo o professor João Cucci Neto, "os itens que mais contribuem na composição da tarifa são a mão-de-obra (cerca de 50% do total), o combustível e a depreciação dos veículos." Além da soma desses custos a tarifa também é formada pela chamada "remuneração do capital" - o lucro das empresas.

Onde está o lucro
 
"A planilha do Geipot não expressa a margem de lucro, ela somente considera 12% de taxa de remuneração do capital imobilizado, no caso os veículos", revelou a engenheira Gislaine. "Somente seria possível saber exatamente o lucro das empresas, entrando em cada empresa e abrindo suas contabilidades." A engenheira afirmou que em Curitiba a remuneração das empresas foi regulamentada em 2009. Segundo a lei, as empresas têm sua rentabilidade de acordo com dois fatores: a quilometragem realizada para cada tipo de veículo e o atingimento de indicadores de qualidade definidos em lei. Se os indicadores não são atingidos, a remuneração das empresas é reduzida.

A única empresa estatal a prestar o serviço em Passo Fundo, a Codepas, está trabalhando o relatório de custo e lucro para disponibilizar para a população, segundo seu diretor-presidente Saul Spinelli.

Fonte: Diário da Manhã

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CARTA ABERTA AO PREFEITO DE PASSO FUNDO

O Comitê em Defesa do Transporte Público foi formado em janeiro de 2010 para, num primeiro momento, defender os interesses da população contra os sucessivos aumentos do preço da passagem solicitado pelas empresas e decretado pela prefeitura. Compõe esse movimento entidades estudantis, sindicais, comunitárias e sociais de Passo Fundo.

O Comitê em Defesa do Transporte Público de Passo Fundo, vem por meio deste, reafirmar sua posição contrária ao pedido de aumento do valor da passagem urbana, encaminhado pelas empresas que operam o serviço de transporte coletivo no município. 

Realizamos inúmeras discussões com os segmentos da sociedade que representamos, bem como participamos das Audiências Públicas sobre o transporte realizadas nas últimas semanas. Além disso, também, acompanhamos as recentes reuniões do Conselho de Transporte de Passo Fundo. Em nenhuma destas oportunidades, os argumentos puramente técnicos apresentados pelas empresas nos convenceram que as mesmas necessitem do aumento para continuar prestando o serviço. Ao contrário, inúmeros argumentos contrários ao aumento foram listados pela população e devidamente informados.

Diante disso, solicitamos ao excelentíssimo Prefeito Municipal, que acolha a aspiração popular, indeferindo os pedidos de aumento. Gostaríamos, também, de solicitar que a prefeitura municipal, apresente uma proposta para todas as questões pertinentes a melhoria em todo o transporte público, haja vista que garantir a mobilidade urbana de qualidade é um direito da população.

A qualidade do serviço de transporte público e o valor da tarifa possuem um grande impacto social e político a todos os estudantes, trabalhadores e usuários do transporte coletivo. Por isso, essa discussão não pode se limitar aos interesses das empresas, mas devemos considerar a acessibilidade da população a tal serviço.

Atenciosamente,

Passo Fundo, 19 de abril de 2011.

Lourdes Solange Schmidt
P/ Coordenação do Comitê Em Defesa do Transporte Público de Passo Fundo

terça-feira, 5 de abril de 2011

NOTA À POPULAÇÃO PASSOFUNDENSE


O COMITÊ EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSO FUNDO, formado por entidades estudantis, sindicais e comunitárias, assim como dos movimentos sociais, que se organizam a campanha contra mais um aumento no preço da passagem do transporte coletivo urbano de Passo Fundo, vem manifestar à sociedade passofundense o seu REPÚDIO às ameaças à integridade física dos usuários do transporte coletivo, assim como dos motoristas e cobradores em serviço que possam ser justificados como métodos para combater o referido reajuste.

No atual contexto em vivemos, a argumentação e a pressão popular sobre o Prefeito e as demais autoridades competentes na questão do transporte serão os instrumentos que utilizaremos para demonstrar que não há razão que justifique mais um reajuste, haja vista que depois de um aumento de 63% nos últimos seis anos (em 2005, início do primeiro Governo Dipp, a passagem era R$ 1,35), enquanto que a inflação no período não chegou a 25%.

Além disso, o COMITÊ EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSO FUNDO não aceita que eventuais ameaças individuais possam servir de motivo para que a Coleurb desvie o foco da discussão, o repúdio a mais um aumento abusivo da passagem que irá prejudicar os estudantes, os trabalhadores e demais usuários do transporte público que não podem arcar com mais um aumento.

- CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM E O MONOPÓLIO DO TRANSPORTE!
- POR UMA POLÍTICA PÚBLICA DE MOBILIDADE E A REDUÇÃO DA PASSAGEM!

Passo Fundo, 05 de abril de 2011.

COMITÊ EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSO FUNDO